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"Hoje quero dizer-te que me orgulho muito de ter feito parte da tua vida, orgulho-me de que, em pelo menos alguns momentos, foi a mim que procuraste, foi comigo com quem falaste e continuo aqui, à mesma hora, da mesma forma. A única diferença é que já não tens necessidade de me procurar mas quando, por alguma razão, tiveres eu estarei aqui. Orgulho-me da pessoa que és, talvez não me orgulhe do que és para mim, mas orgulho-me de ti, orgulho mesmo. Só quero que estejas sempre bem, seja onde for, com quem for e como for. De certa forma, põe-me feliz ver-te feliz como também me põe triste pois não posso partilhar essa felicidade contigo, não posso estar lá para te dizer que fizeste tudo muito bem. Já não consigo respirar por estar a morrer de saudades. Eu morro, morro por uma mensagem tua. Por vezes, encontro-me com os dedos cravados no telemóvel, à espera da mensagem que eu sei que nunca vai chegar. Por vezes parece que os meus dedos me imploram, me imploram que te diga algo, que volte atrás e te traga de volta mas eu aprendi, aprendi mesmo. Retirei a minha vida das tuas mãos e coloquei as muitas memórias que restaram à superfície da minha pele, tirei-as do fundo de dentro e deixei-as vir ao de cima. Por vezes ainda pego nelas, levanto-as do chão e mato as saudades que me tomam por completo mas não passa disso. Choro, choro tantas vezes por ti, por nós, relembro a pessoa perfeita que foste a cada segundo do relógio. Às vezes deixo-me levar por tudo aquilo que fui para ti. Fiz o possível e o impossível por ti e custa-me tanto que não tenhas dado valor. Talvez nunca encontres ninguém que seja para ti o que um dia fui, alguém que goste tanto de ti como um dia gostei, mas não me importo de continuar sem ti. Sabes que preferia mil vezes caminhar ao teu lado, viver por ti e para ti, deixar tudo e todos para trás como tu sabes que eu faria, mas já me deixei de ilusões."

(Escrito por Patricia Amado )